« Il y a de la boue dans
son pinceau », écrit Émile Henriot en 1913 lors de l’exposition
de Fernand Pelez à Paris. C’était l’apogée d’une période marquée par le
progrès technique, l’expansion économique et par une effervescence artistique qu’on
appellera avec nostalgie, après la Première Guerre Mondiale, « La Belle Époque ».
Pourtant l’industrialisation et les tensions d’une ville moderne en transformation
avaient façonné à Paris une nouvelle pauvreté qui touchait particulièrement une
main-d’œuvre peu qualifiée, les malades et les accidentés du travail, les
vieux, les femmes et les enfants des rues que Fernand Pelez, à travers le courant naturaliste, a dépeint
magistralement à partir des années 1880. Une œuvre centrée sur les fractures
sociales d’un Paris des exclus, des anonymes, des miséreux, bien à l’envers de l’image
idéalisée de la Belle Époque. Une œuvre
frappante, en exposition au Petit Palais jusqu’au 17 janvier 2010.
“Há lama em seu pincel”, escreve Émile Henriot em 1913 quando da exposição de Fernand Pelez em Paris. Era o apogeu de um período marcado pelo progresso tecnológico, pela expansão econômica e por uma efervescência artística que após a Primeira Guerra Mundial se chamaria nostalgicamente Belle Époque. No entanto, a industrialização e as tensões de uma cidade moderna em transformação haviam engendrado em Paris uma nova pobreza que atingia particularmente a mão-de-obra menos qualificada, os doentes e acidentados do trabalho, os velhos, as mulheres e as crianças de rua que Fernand Pelez, através da escola naturalista, pintou magistralmente a partir dos anos 1880. Uma obra centrada nas fraturas sociais de uma Paris dos excluídos, dos anônimos, dos miseráveis, bem ao inverso da imagem idealizada da Belle Époque. Uma obra impressionante, em exposição no Petit Palais até 17 de janeiro de 2010.