A la fin du VIIIe siècle, plus de cent ans après la mort du Prophète Mahomet, l’Islam avait étendu son pouvoir sur un large territoire compris de l’Espagne à la Chine. L’héritage artistique de ce qui est devenu le monde islamique est précisément l’objet de la collection de Nasser David Khalili, en exposition à l’Institut du Monde Arabe. Ce sont des œuvres aussi bien religieuses que profanes, et parmi ces dernières on retrouve, contrairement à une idée reçue, de magnifiques représentations figuratives d’hommes et d’animaux : les gouaches représentant le pèlerinage vers La Mecque de la fin du XVIIIe siècle ou du début du XIXe siècle et le Livre des rois, écrit en persan vers l’an 1000, sont des exemples splendides de cette pratique. La collection Khalili comporte également des manuscrits du Coran qui datent du Xe au XIXe siècle, d’origines diverses telles que l’Espagne, l’Inde, Soudan, Yémen, Turquie, Egypte, Syrie, Iran, Afghanistan, Afrique du Nord, Iraq ou la Chine. Une tradition qui montre à quel point la foi islamique a inspiré la production et le développement de la calligraphie, devenue pour ces cultures une forme artistique à part entière. Une occasion pour apprécier, enfin, des œuvres qui témoignent du développement des arts de cours mais aussi de la vie quotidienne d’une civilisation d’immense sophistication esthétique.
Ao final do século VIII, mais de cem anos após a morte do profeta Maomé, o islamismo havia estendido seu poder sobre um grande território compreendendo da Espanha à China. A herança artística do que se tornou então o mundo muçulmano é precisamente o objeto da coleção de Nasser David Khalili, em exposição no Instituto do Mundo Árabe. São obras tanto religiosas quanto profanas, e entre essas últimas se destacam, contrariamente a um lugar-comum amplamente difundido, magníficas representações figurativas de homens e animais: as aquarelas do fim do século XVIII ou início do século XIX representando a peregrinagem para Meca e o Livro dos Reis, escrito em persa em torno do ano 1000, são exemplos magníficos dessa prática. A coleção Khalili comporta também manuscritos do Alcorão que datam do século X ao século XIX, provenientes da Espanha, Índia, Sudão, Iêmem, Turquia, Egito, Síria, Irã, Afeganistão, África do Norte, Iraque ou da China. Uma tradição que mostra a que ponto a fé muçulmana inspirou a produção e o desenvolvimento da caligrafia, autêntica forma de arte para essas culturas. Uma ocasião para contemplar, enfim, obras que são um verdadeiro testemunho do desenvolvimento das artes da corte, mas também da vida cotidiana de uma civilização de imensa sofisticação estética.
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