La nouvelle exposition du musée du Quai Branly présente une surprenante sélection de céramiques issues du musée Larco, de Lima. Ce sont des poteries réalisées entre le Ier et le VIIIe siècle ap. J.-C. par les Mochica, civilisation originaire de la côte nord du Pérou.
Pour la plupart retrouvées dans des sépultures, les pièces donnent des pistes sur les rituels funéraires de cette ancienne société, aussi bien que de sa riche mythologie, peuplée d’êtres imaginaires, entités aux qualités surhumaines, morts-vivants et animaux anthropomorphisés, représentés dans des actes sexuels figurés de manière explicite. Selon l’iconographie mochica, lorsqu’un dignitaire mourait, il rejoignait les divinités, qui pratiquaient des rites sexuels afin de régénérer le pouvoir. Outre l’idéologie, la sexualité illustre les échanges entre les vivants et les esprits ancestraux, symbole de leur particulière vision cosmologique.
L’exposition, constituée de 134 céramiques rassemblées à partir des années 1920 par l’archéologue péruvien Rafael Larco Hoyle, est présentée en Europe pour la première fois : une occasion unique de découvrir cette intrigante civilisation andine.
A nova exposição do museu do Quai Branly apresenta uma surpreendente seleção de cerâmicas provenientes do museu Larco de Lima. São peças realizadas entre os séculos I et VIII D.C. pelos Mochica, civilização originária da costa norte do Peru. Encontradas em sua grande maioria em sepulturas, as peças dão pistas sobre os rituais funerários praticados por essa sociedade ancestral, assim como de sua rica mitologia, povoada por seres imaginários, entidades com qualidades sobre-humanas, mortos-vivos e animais antropomórficos, representados em atos sexuais explícitos. De acordo com a iconografia mochica, quando um líder político morria, ele se juntava às divindades, as quais praticavam ritos sexuais a fim de restabelecer o poder. Além da ideologia, a sexualidade ilustra as relações entre os vivos e os espíritos ancestrais, símbolos de uma visão cosmológica particular. A exposição, constituída de 134 cerâmicas coletadas desde os anos 20 pelo arqueólogo peruano Rafael Larco Hoyle, está sendo apresentada na Europa pela primeira vez: uma oportunidade única para descobrir essa intrigante civilização andina.
Commentaires